Cisticercose

Quase 5 milhões de brasileiros têm cisticercose cerebral (neurocis­ticercose), doença que é adquirida pela ingestão de ovos da solitária do tipo solium, da qual o porco é o principal hospedeiro. Este é um número bastante preocupante e que coloca em evidência os riscos do consumo da carne suína e de alimentos mal higienizados.

Que é cisticercose?

Parasitose que acomete o porco e o homem, provocada pela larva da Taenia solium (solitária), que se aloja na forma de cisto em músculos, no cérebro e em outros tecidos.

Trata-se de doença geralmente grave, de difícil tratamento (especialmente quando se aloja no olho ou no cérebro). Por isso, o melhor caminho é o da prevenção, que é relativamente simples, como veremos a seguir.

Sintomas

Dores fortes de cabeça, sintomas parecidos com os da epilepsia, desmaios,­ agressividade, depressão severa e até de­mência, confusão mental e hidrocefalia (cabeça d’água) podem ser sinais de cisticercose cerebral ou neurocisticercose. Estes sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, confundindo muito freqüente­mente os médicos.

Quando os cisticercos se alojam nas mamas produzem caroços muito parecidos com os verificados no câncer. Quando se alojam nos olhos, mais precisamente na retina ou no corpo vítreo (cisticerco macular), podem causar cegueira, à semelhança de outras larvas, como a do Toxocara canis e a da filária.

Entretanto, o lugar em que o cisti­cerco mais gosta de se aninhar é o cére­bro, onde a doença assume formas graves.

O cisticerco sobrevive vários anos no cérebro, pois é capaz de “enganar” o nosso sistema imunológico com proteínas muito semelhantes às nossas. Quando a larva morre, calcifica-se, e a bolha (ou cisto) se rompe, o que produz forte reação inflamatória, com insuportável dor de cabeça. Pouco há que fazer nesta fase. A cisticercose, aliás, é de tratamento muito difícil, considerada por muitos médicos como incurável. Por isso, enfatizamos que o melhor caminho é o da prevenção.

Ciclo evolutivo do cisticerco

Tudo começa no porco, hospedeiro da larva. Quando o embrião da Taenia solium é ingerido junto com a carne de porco contaminada (carne de porco com cisticercose), ele cresce e parasita o intestino humano. E como cresce! Atinge o surpreendente tamanho de 8, 10 ou até 12 metros de comprimento, e pode viver até 20 anos no intestino. Na sua cabeça há uma coroa de acúleos (ganchos), com os quais o verme se prende à parede do intestino. Seu corpo comprido é formado por múltiplos segmentos, as proglotes. Em cada uma dessas proglotes há de 50 a 100 mil ovos. Como se trata de um verme herma­frodita, ou seja, possui os dois sexos, ele próprio é capaz de fertilizar estes ovos. Diariamente se podem eliminar várias proglotes grávidas pelas fezes. O maior perigo reside em se ingerir estes ovos, que contaminam o ambiente, e que são capazes de se transformar, no corpo, em cisticercos, produzindo a cisticercose. O mais comum, entretanto, é que os porcos ingiram comida contaminada com os ovos da solitária, eliminados nas fezes humanas, e desenvolvam cisticercose. Fecha-se então o ciclo quando o homem ingere carne de porco com cisticercos (muitas vezes alojados nos músculos dos suínos).

Pode acontecer de os ovos da tênia serem incubados no intestino, antes da eliminação pelas fezes. Embora menos freqüente, isso leva à invasão da corrente sangüínea pelas larvas e à instalação da cisticercose.

Prevenção

1. A higiene alimentar é a primeira providência profilática. Os praticantes da dieta lacto-ovo-vegetariana e naturista previnem a teníase, embora possam ser acometidos pela cisticercose ao ingerirem verduras contaminadas.

2. Carnes cruas, mal-passadas, vendidas sem cuidados higiênicos, são especialmente perigosas. Carne de por­co,­ lingüiça, salsicha e outros embutidos vendidos por ambulantes, em res­tau­­­rantes e lanchonetes, são particu­lar­­­­­­­­mente suspeitos. A carne de vaca também pode conter larvas de um outro tipo de solitária, a Taenia saginata, que, embora não provoque cisticercose humana, leva à teníase (solitária).

3. Combater as moscas, que, ao pousar nas fezes, contaminam-se com ovos, que podem carrear aos alimentos.

4. Lavar cuidadosamente frutas e hortaliças.

5. Os cuidados higiênicos e sanitários são muito importantes: lavar muito bem as mãos antes das refeições, manter as unhas bem cortadas, canalizar esgotos, não evacuar no campo etc.

6. Pessoas que portam a solitária estão diariamente eliminando pelas fezes milhares de perigosos ovos, cuja ingestão pode causar a cisticercose. Por isso, especialmente estas pessoas devem, além de procurar sem demora um médico, redobrar os cuidados sanitá­rios.

Sugestões naturais

Os naturopatas recomendam desintoxicação profunda, além da cura de limão e chás depurativos. Citam-se resultados animadores com a cura de limão. Em qualquer caso assim melindroso, deve-se conduzir cuidadosamente a desintoxicação.

A “cura de limão” referida é de até vinte unidades (é necessário acompanhamento em clínica, já que este procedimento pode provocar “crise curativa”).

Tomar os limões longe das horas das refeições, e diluí-los com água. Aconselhamos, especialmente nos casos mais melindrosos, que se consulte um profissional de saúde.

Depois de algumas semanas de desintoxicação, tomar de 3 a 4 gramas diários de geléia real pura, e de seis a nove comprimidos de lêvedo de cerveja (dois ou três juntamente com as refeições).*

1º dia

1 limão

12º dia

12 limões

23º dia

17 limões

2º dia

2 limões

13º dia

13 limões

24º dia

16 limões

3º dia

3 limões

14º dia

14 limões

25º dia

15 limões

34º dia

6 limões

4º dia

4 limões

15º dia

15 limões

26º dia

14 limões

35º dia

5 limões

5º dia

5 limões

16º dia

16 limões

27º dia

13 limões

36º dia

4 limões

6º dia

6 limões

17º dia

17 limões

28º dia

12 limões

37º dia

3 limões

7º dia

7 limões

18º dia

18 limões

29º dia

11 limões

38º dia

2 limões

8º dia

8 limões

19º dia

19 limões

30º dia

10 limões

39º dia

1 limão

9º dia

9 limões

20º dia

20 limões

31º dia

9 limões

10º dia

10 limões

21º dia

19 limões

32º dia

8 limões

11º dia

11 limões

22º dia

18

limões

33º dia

7 limões

Plantas*

* As plantas e outras sugestões naturais aqui citadas são empregadas por clínicas naturistas ou medicinas tradicionais, e as doses são também tradicionais. Lembrete: Não suprimir a orientação médica.

A terapia com plantas visa principalmente “depurar o sangue”. Sugerem-se chás de tanchagem, bardana, salsaparrilha, dente-de-leão, chapéu-de-couro e malva. Misturar duas ou três dessas plantas e de quatro em quatro dias mudar a associação de chás. Tomar de duas a três xícaras ao dia. A dose é normal, isto é, duas colheres das de sopa para meio litro de água. Se as plantas forem verdes, derramar sobre elas água fervente. Se forem secas, cozinhá-las por três a cinco minutos.

Observação importante: Acrescentar sempre própolis aos chás (cinco gotas de própolis a 30% para cada 100ml de chá).

É recomendável consultar um especialista para que se defina a terapia de plantas.