
Causas
Há vários fatores que podem desencadear convulsões (para cada um deles, consultar a doença respectiva): alcoolismo, epilepsia, tumor no cérebro, certos medicamentos, excesso de insulina (no diabetes melito), encefalite, meningite, má irrigação do cérebro (por aterosclerose intensa ou por outros motivos), febre alta.
Interpretação médico-naturista
Os naturopatas incluem entre as causas de convulsão, especialmente aquelas de caráter idiopático (causa desconhecida), uma intoxicação intensa do organismo. É o caso de crianças e adultos de péssimos hábitos alimentares, que vivem à base de guloseimas, carnes e lanches ligeiros.
Certa vez, tratamos uma criança de 11 anos que sofria de convulsões severas. Já havia passado por inúmeros médicos. Seus pais não pouparam esforços para consultar os melhores neurologistas. Fizeram-se os exames mais sofisticados. Mas não se pôde estabelecer uma causa. Apesar das potentes drogas anticonvulsivantes, o quadro se complicava cada vez mais. A família entrou em desespero. Os especialistas falavam em grande mal epiléptico ou numa doença neurológica que alterava gravemente o padrão de impulsos nervosos, que não conseguiam identificar.
Quando esse caso chegou em nossas mãos, o que primeiramente notamos foi o profundo grau de má nutrição do doente. Não existia qualquer critério de alimentação saudável. Comia de tudo, sem restrições. Nenhum médico lhe havia dado qualquer orientação dietética. Predominava o consumo de açúcar, refrigerantes, chocolate, guloseimas, massas e alimentos contendo gordura animal e aditivos químicos. Explicamos aos pais nosso ponto de vista. Era preciso mudar os hábitos, ou seja, reeducar a alimentação e devolver ao metabolismo as vitaminas e os minerais que faltavam. Com apoio da família iniciamos o tratamento. Em questão de semanas, as convulsões diminuíram de modo animador. A dosagem de anticonvulsivantes pôde ser, aos poucos, diminuída. Bastaram dois ou três meses de tratamento levado a sério para que o paciente se recuperasse completamente. Quatro anos depois da primeira consulta, o paciente não apresentava mais convulsões, tendo sido dispensadas as drogas. Havia-se tornado uma criança sadia e feliz. Pôde voltar à escola (por causa das constantes crises, havia sido impedido de estudar).
Obviamente, não se resolverão todos os casos de convulsão desta forma, pois as causas e as manifestações são variadas. A teoria dos estudiosos da alimentação natural é que a química cerebral pode ser profundamente afetada pelo pool de metabólitos derivados dos nutrientes da dieta. O sangue cronicamente “intoxicado” por alimentação de má qualidade ocasionaria reações violentas do sistema nervoso, como convulsões, principalmente em pessoas sensíveis. A deficiência nutricional severa também predisporia a convulsões.
O tratamento deve ser individualizado. A mudança dietética não resolverá todos os casos de convulsão, pois as causas são múltiplas, mas certamente melhorará o prognóstico. Cada caso requererá orientação individualizada.
Crianças pequenas ou muito debilitadas terão de fazer tratamento mais cuidadoso, sempre sob orientação especializada.
Convulsão nas crianças
Na criança pequena, as convulsões geralmente surgem em resultado de grande elevação da temperatura (febre muito alta), ou associadas a acessos de tosse (tosse convulsa), como conseqüência da suspensão temporária da respiração. Uma convulsão isolada, que aconteça em situações como as descritas, geralmente assume caráter benigno e passageiro, embora jamais deva passar sem avaliação médica. Convulsões repetidas, de modo especial, merecem cuidadoso exame médico, para a descoberta da causa (que pode ir de epilepsia a meningite) e instituição de terapia.
Estude-se também a possibilidade que comentamos, relacionada à má nutrição ou a verminoses espoliativas, que provavelmente coexistirá com outras causas.
O que fazer em caso de convulsão?
Em primeiro lugar, deve-se evitar que o paciente se machuque, amparando-o e posicionando-o adequadamente até que passe a convulsão. Deitá-lo e pôr a cabeça para o lado, ou sentá-lo numa poltrona. Ficar perto dele e não deixar que bata com a cabeça ou caia. Não gritar com o paciente nem esbofeteá-lo, molhá-lo ou sacudi-lo. Jamais administrar líquido ou qualquer medicamento durante a convulsão. Manter a calma. A convulsão geralmente passa dentro de alguns minutos. Afrouxar-lhe a roupa, cinto, colarinho; tirar a gravata. Tirar a dentadura com firmeza e cuidado, se há risco de engoli-la. É possível que a vítima morda os lábios ou a língua. Colocar, então, um lenço entre os dentes, ou um objeto macio e suficientemente grande para que não seja engolido.
Se o paciente é um estranho, verificar, entre seus documentos, se há algum cartão que o identifique como portador de enfermidade crônica como diabetes, hemofilia, alergia ou epilepsia. Tentar encontrar algum telefone para estabelecer contato com a família da vítima ou com seu plano de saúde.
Convulsões são contrações involuntárias dos músculos, que se manifestam com força a ponto de produzir contorções em todo o corpo ou em alguns grupos de músculos.