
Como se manifesta?
No Nordeste, a epilepsia é popularmente chamada “batedeira”. Isto porque, durante a crise, o paciente treme descontroladamente, mexe-se, agita-se, debate-se, como em profunda e inexplicável agonia. Às vezes é difícil dominar o doente.
As crises podem aparecer sem aviso, subitamente, interrompendo-se espontaneamente, e repetir com maior ou menor freqüência, sem regularidade definida. Às vezes, antes da crise, o paciente nota algumas anomalias visuais, como ofuscação, brilho e cores estranhos, ou sente-se enjoado, tonto. Há quem sinta cheiros imaginários. Esses são os sinais premonitórios ou “aura”, que avisam quando o ataque está próximo. Depois do ataque, o paciente não consegue se lembrar do que aconteceu, e apresenta certa letargia ou sonolência. Há quem adormeça e durma por horas seguidas.
Na crise surgem sintomas variados, como respiração rápida e ofegante, os olhos “reviram” nas órbitas, os dentes se cerram num perigoso aperto (em alguns casos chega a decepar a língua), o paciente expele espuma característica (no caso de mordida na língua, fica avermelhada). As manifestações mais severas caracterizam o grande mal epiléptico (grand mal, como é conhecido).
Há manifestações mais brandas, ocasionadas por lesões restritas a certas regiões do encéfalo, que se manifestam por meio de movimentos involuntários isolados de alguns músculos, como contratura de braços ou pernas, movimentos dos olhos e das pálpebras etc., sem perda de consciência.
Pode haver grande variedade de sinais, às vezes difíceis de relacionar com a epilepsia, como mudança brusca de atitude ou humor. O paciente, subitamente, parece “perder a razão”, tem alucinações, perde o controle de suas palavras e ações, sente enjôo, vomita. Esses sintomas são comuns a inúmeros outros distúrbios psíquico-neurológicos.
O denominado “pequeno mal epiléptico” (ou petit mal, expressão francesa), acomete muitas vezes crianças, e corresponde a rápidos períodos de “ausência”, em que a criança fica momentaneamente “abobalhada”, olhando fixamente no vazio, sem responder a estímulos. Os circunstantes, quando notam o fenômeno, costumam sacudir a criança e chamá-la pelo nome, sem resposta. Quando “volta a si”, o pequeno doente não se lembra de nada. Às vezes a criança cai no chão, levantando-se imediatamente. O petit mal ataca mais no período da manhã, e pode ocorrer inúmeras vezes ao longo do dia. Esta é uma condição que requer tratamento, pois pode provocar retardo mental.
Quais as causas?
A explicação neurológica para a epilepsia é uma descarga elétrica excessiva e abrangente que incide sobre o sistema nervoso central, o qual entra, momentaneamente, em colapso elétrico, liberando impulsos que agitam a musculatura de vasta extensão do corpo, além de estimular outras funções. O eletroencefalograma é capaz de mensurar estas mudanças no ritmo de emissão de impulsos nervosos. Como há alteração de ritmo, pode-se falar em disritmia. Não obstante, anomalias eletroencefálicas classificadas como disritmias não são, obrigatoriamente, epilepsia. Este é um campo complexo de definições, que preferimos não adentrar.
O eletrochoque é capaz de desencadear sintomas parecidos com os da epilepsia. O mesmo pode acontecer com certos estímulos químicos, como o desencadeado pelo cardiazol, que excita as células nervosas e produz convulsão.
É preciso não confundir convulsão com epilepsia. Na infância, uma febre muito alta pode produzir convulsão, em virtude do amadurecimento ainda incompleto do sistema nervoso central.
A causa do distúrbio eletrofisiológico é uma lesão localizada em algum ponto do encéfalo. Tal lesão pode ser produzida por diversos fatores, que vão de acidentes com traumas encefálicos a injúrias de agentes microbianos, como vírus.
Uma das causas mais comuns é o traumatismo encefálico por excessiva compressão da cabeça durante o trabalho de parto. O uso inadequado de fórceps pode, entre outras coisas, ocasionar esse tipo de lesão.
Doenças infantis, como sarampo, escarlatina e catapora (ou varicela), podem, ocasionalmente, atingir o encéfalo e produzir lesões que determinam a epilepsia.
A cisticercose cerebral produz, muitas vezes, manifestações epileptiformes. Ver cisticercose.
Batidas na cabeça ou traumatismos cranianos ocorridos em acidentes podem lesar o tecido nervoso do sistema nervoso central e vir a ocasionar, mais tarde, epilepsia.
Malformações que abranjam o sistema nervoso central, na área do encéfalo, podem ser causa de epilepsia. Quaisquer doenças que envolvam o encéfalo, como meningoencefalites, encefalites, tumores cerebrais, hipertensão arterial, aterosclerose etc., podem desencadear sintomas convulsivos. Se estabelecermos um quadro crônico de lesão encefálica com os episódios epileptiformes, estamos diante de uma condição que se pode enquadrar na definição de epilepsia.
Fatores desencadeantes de convulsão
É preciso não confundir uma convulsão isolada, que pode ocorrer por diferentes motivos, com epilepsia, que inclui entre os sintomas a ocorrência de convulsões.
Há fatores que podem favorecer o aparecimento de crises. Entre eles, a hipoglicemia, ou queda acentuada da glicose no sangue. O próprio consumo exagerado de açúcar, na forma de doces, guloseimas, tortas, refrigerantes etc., é o culpado disso, pois um pico de hiperglicemia (provocado pela ingestão de açúcar) é seguido de uma resposta típica do organismo: a liberação de insulina em taxa proporcionalmente elevada, fazendo a glicose descer a níveis às vezes muito baixos, em lapso de tempo relativamente curto. É quando vem, muitas vezes, a crise convulsiva.
Níveis baixos de cálcio no sangue também podem desencadear crises. Estudiosos da nutrição ortomolecular acreditam que a má nutrição das células nervosas produz alterações precursoras das crises. Para corrigir essa deficiência, recomenda-se a desintoxicação seguida do uso de suplementos nutritivos, como complexo B (particularmente B6), vitamina E, aminoácidos e ácidos graxos essenciais.
Verminoses, que prejudicam seriamente a nutrição, podem ser causa de crises. Dificilmente alguém pensa que os vermes possam ter algo a ver com convulsões, mas sabemos de casos que, depois de tratada a verminose, as convulsões desapareceram. A exposição a certos fatores alérgicos ou irritantes pode ocasionar convulsões. O dieldrin (inseticida), é um desses fatores. Diversos outros produtos químicos podem guardar alguma relação.
Epilepsia produzida pela TV
Numerosos diagnósticos de epilepsia em crianças, na Europa e Estados Unidos, começaram e ser postos em dúvida quando essas crianças não reagiam satisfatoriamente aos remédios convencionais. Um estudo mais profundo do fenômeno, que intrigava médicos e apavorava os pais, levou à conclusão de que certos estímulos luminosos (o piscar freqüente de uma luz) podem provocar alterações neurológicas e crises epileptiformes. O mal foi então identificado como epilepsia de TV, que pode ser mais comum do que se imagina, pois, em muitos países, os médicos não estão suficientemente atentos ao problema. Isso não quer dizer que a TV esteja relacionada a todos os tipos de epilepsia, mas pode ser responsável por essa manifestação em alguns casos, ou agravar o problema.
Verifique se no seu caso não há causa alérgica
O Dr. Hal M. Davidson, estudioso do assunto, acredita que a principal causa de epilepsia seja a alergia. Experiências demonstraram que a ingestão de certos alimentos era capaz de desencadear crises. Entre esses alimentos, ovos, leite, chocolate, cereais e até couve-flor. O Dr. Davidson relata um caso em que foi possível produzir tanto o pequeno como o grande mal no mesmo paciente quando este ingeriu couve-flor. Os sintomas simplesmente desapareceram quando esse alimento foi suspenso.
Convém esclarecer, porém, que a sensibilidade a produtos dietéticos varia de caso para caso. Recomendam-se experiências com vários alimentos usados regularmente, suspendendo-os por pelo menos um ou dois meses. Se as crises passarem, provavelmente existe alguma relação.
O Dr. Davidson resolveu fazer um levantamento da opinião médica sobre o assunto. Enviou, então, um questionário a 1.494 especialistas, pedindo opiniões sobre a relação entre epilepsia e alergia. Somente 207 responderam, com alegações do tipo “nunca me ocorreu”, “jamais suspeitei”, “nunca notei”.
Experiências
Certa vez, tratamos uma criança de 11 anos que sofria dramaticamente de convulsões. Já havia passado por inúmeros médicos. Seus pais não pouparam esforços para consultar os melhores neurologistas. Apesar das potentes drogas anticonvulsivantes que usava, o quadro se complicava cada vez mais. A família entrou em desespero. Os especialistas falavam em doença neurológica severa, provavelmente epilepsia grave.
Quando esse caso chegou em nossas mãos, o que primeiramente notamos foi o profundo grau de má nutrição do adolescente. Não existia qualquer critério de alimentação saudável. Comia de tudo, sem restrições. Nunca lhe havia sido dada qualquer orientação dietética. O consumo de açúcar, massas e alimentos contendo gordura animal e aditivos químicos era predominante na dieta. Explicamos aos pais nosso ponto de vista. Era preciso mudar radicalmente os hábitos — desintoxicar e depois devolver ao metabolismo as vitaminas, os minerais e os demais nutrientes que, pela alimentação de péssima qualidade, com certeza estavam faltando. Com apoio da família iniciamos o tratamento. Em questão de semanas, as convulsões diminuíram de modo animador. A dosagem de anticonvulsivantes pôde ser, aos poucos, diminuída por seu neurologista. Dentro de alguns meses de tratamento alimentar, o garoto apresentou melhora surpreendente. Quatro anos depois da primeira consulta, observando alimentação nutritiva e saudável, não sofria mais de convulsões, nem precisava usar qualquer medicamento. Tornou-se um adolescente sadio e feliz. Pôde voltar à escola (por causa das constantes e graves crises, havia sido impedido de estudar).
Não queremos sugerir com o relato desse caso que as epilepsias possam ser tratadas e solucionadas só com dieta. O emprego de anticonvulsivante é absolutamente indispensável, só devendo ser reduzido com permissão médica. Mas com base nesse e em outros casos semelhantes que acompanhamos, estamos certos de que uma nutrição adequada, na pior das hipóteses, poderá melhorar o prognóstico dos pacientes.
Os naturopatas explicam que a química cerebral é diretamente afetada pelo pool de metabólitos derivados dos nutrientes da dieta. Sangue cronicamente intoxicado por alimentação de padrão sofrível poderá levar, em pessoas propensas, a uma resposta violenta do sistema nervoso, como convulsões.
Outro caso relatado em literatura foi o de uma jovem norte-americana que, depois de vários anos morando em país tropical, voltou à pátria. Pouco tempo depois do regresso, começou, subitamente, a ter convulsões. O eletroencefalograma diagnosticou epilepsia. Sua vida mudou em vários aspectos. Até sua carteira de motorista ficou sob ameaça de cassação. Por indicação de uma amiga, consultou um médico que trabalhava com terapia nutricional. Estudando o caso, esse médico concluiu que a nutrição profunda da paciente estava seriamente comprometida por verminoses, certamente contraídas durante a estada no país tropical. O tratamento com ervas, contra os vermes, associado ao uso de suplementos nutricionais, foi suficiente para resolver o problema. As convulsões desapareceram e até a carteira de motorista foi revalidada.
Ainda outro episódio relatado em literatura, dessa vez relacionado com desvio da coluna vertebral, foi o de um menino que tinha convulsões periódicas. Seus pais não queriam usar drogas. Foram a um quiropata que, através de raio X, descobriu que a vértebra atlas, do pescoço, estava deslocada. Realinhada a coluna, as convulsões desapareceram. Mas, subitamente, voltaram. O quiropata descobriu, então, que certos hábitos posturais do menino, e o costume de “jogar o pescoço”, por causa do cabelo comprido, estavam deslocando a vértebra. Tomadas as providências, tudo correu bem até que, num acampamento de escoteiros, aconteceu uma crise muito forte. O médico do acampamento telefonou aos pais e exigiu que viessem buscar imediatamente o garoto. Recomendou tratamento com drogas para epilepsia. Não obstante, os pais voltaram ao quiropata que, novamente, encontrou a atlas “fora do lugar”. Com acompanhamento mais cuidadoso da situação, foi possível pôr ponto final às convulsões. Embora as manipulações quiropáticas sejam questionadas por muitos médicos, em alguns estados dos Estados Unidos, a profissão de quiropata é regulamentada.
As drogas anticonvulsivantes
Os medicamentos anticonvulsivantes têm, sem dúvida, o seu lugar. Vários pacientes controlam suas crises com remédios (à base de dilantina, triodona, mesantoína etc.). As crises representam sério risco para o doente, pois às vezes acarretam acidentes graves. O paciente pode cair na rua, bater com a cabeça, machucar-se seriamente. As drogas ajudam, sem dúvida, a prevenir essas contingências. Mas, dado o risco de sérios efeitos colaterais, o tratamento deve ser acompanhado bem de perto por um médico especialista. Outro ponto para reflexão é que o médico deveria interessar-se em pesquisar causas como as aqui mencionadas. Nossa opinião é que se deve estudar a dosagem mínima necessária de medicamento, ao mesmo tempo em que se procede ao tratamento nutricional, associado a outras terapias possíveis. Em certos casos, o médico sensato concluirá que as drogas poderão ser reduzidas. Essa vem sendo a observação de profissionais de saúde em clínicas naturistas. Há número significativo de casos bem-sucedidos, que justificam uma conduta “alternativa” juntamente com a conduta convencional. (Usamos aspas para alternativa por crer que, em futuro próximo, tal prática poderá tornar-se mais regular).
Suplementos nutricionais*
O Dr. David Baird Coursin, do Instituto de Pesquisas do St. Joseph Hospital, Lancaster, Pennsylvania, descobriu que as alterações das ondas do eletroencefalograma de alguns pacientes são causadas pela deficiência de vitamina B6. Na opinião desse pesquisador, as necessidades dessa vitamina flutuam muito de indivíduo para indivíduo. Alguns reagiram bem com pequenas doses. Outros precisaram de doses bem maiores para sentir algum efeito. Devem-se administrar, juntamente com a piridoxina, as demais vitaminas do complexo B.
Relata-se que o magnésio, na dose de 450mg diários, foi suficiente para controlar as crises de trinta crianças epilépticas, que antes usavam remédios. Cita-se o caso de um menino que, aos dez anos, já mostrava sinais de retardo mental. Não havia remédio que funcionasse. Com o magnésio, a epilepsia simplesmente desapareceu! Mas tal dosagem só deve ser administrada por um médico.
Em face desses estudos, sugere-se suplementação com vários nutrientes, que deve começar após alguns dias de desintoxicação (ver tópico seguinte): complexo B (destacando-se a vitamina B6), cálcio, magnésio e vitamina E.
Na linha alimentar, pode-se usar lêvedo de cerveja (vinte e um comprimidos diários. Começar com nove e ir aumentando aos poucos), geléia real pura (começar com 1g diário, e ir aumentando até 5g), germe de trigo (batido com frutas e coalhada), clorela (doze comprimidos diários) e dolomita (de preferência aquela enriquecida com magnésio). Usar pólen com mel duas vezes ao dia (uma colher, das de chá,). A Centella asiatica, também chamada gotu kola, é indicada na prevenção de ataques convulsivos. Tomar dose indicada por um especialista.
Banhos e aplicação de argila
O tratamento natural sugerido completo inclui um escalda-pés, uma aplicação de argila e um banho vital ou de tronco ao dia (um dia, vital, outro dia, de tronco).
Alface, sedativo do sistema nervoso
O uso do suco de alface, que contém lactucarium, sedativo natural do sistema nervoso, pode servir de bom auxiliar no tratamento. Tomar 70 ml do suco dos talos e folhas tenras em jejum e 50ml à noite. Bater com um pouco de água no liquidificador e coar. Se esse procedimento provocar sonolência, tomar só ao deitar.
Epilepsia — um estigma?
Ainda hoje o paciente epiléptico leva consigo o clichê da doença. Toda a sua vida é afetada. O casamento, o emprego e a vida em sociedade são afetados. Por isso, recomendamos aos médicos prudência ao estabelecer o diagnóstico de epilepsia e predestinar sua vítima a uma eterna dependência de drogas fortes. Sugerimos, e isto é questão de humanismo, cuidadoso estudo das possibilidades aqui comentadas.
EPILEPSIA
Nos tempos antigos, a superstição e o misticismo popular criaram para a epilepsia conceitos curiosamente contraditórios, que iam de “condição sobrenatural, provocada pelo demônio”, a “privilégio de indivíduos espiritualmente mais evoluídos”. Isto graças à seqüência dramática de manifestações, que variam de grito rouco e repentino a estranho assobio, seguido de convulsões, acompanhadas de contrações musculares parciais ou generalizadas. Na Idade Média era, por muitos povos, chamada morbus demoniacus. Durante muito tempo foi considerada, erroneamente, contagiosa. As pessoas fugiam do epiléptico durante a crise (e isso ainda acontece hoje), temendo o contágio pela baba. Estes conceitos equivocados a respeito da epilepsia criaram sérios preconceitos e atitude discriminatória contra o paciente. O estudo deste mal de origem neurológica sofreu, também pelo mesmo motivo, lamentável prejuízo e atraso. Hipócrates, primeiramente, tentou desmistificar a epilepsia. Mas seus trabalhos só foram retomados mais de dois mil anos depois, no século XIX. Nesse longo ínterim, as vítimas dessa enfermidade viviam rechaçadas como “atormentadas pelo demônio”, ou, num extremo oposto, respeitadas como portadoras do “mal sagrado”.
Estímulos luminosos podem favorecer crises de epilepsia
* Os suplementos nutricionais são úteis em muitos casos, mas a indicação e a dosagem individual devem ser estabelecidas por um profissional especializado.
Alimentação
Como vimos, é preciso identificar se há hipersensibilidade a algum alimento (ou alimentos) e suprimi-lo(s) da dieta, procedendo à devida substituição.
Em linhas gerais, a base do tratamento natural da epilepsia é a alimentação. É preciso adotar dieta saudável, que proporcione ao organismo sangue bioquimicamente equilibrado, cujo contato com o tecido nervoso, prenhe de áreas sensíveis, não contribua para precipitar crises. Devem-se evitar açúcar, carnes, frituras, fast-food, guloseimas, produtos contendo aditivos químicos, massas refinadas, alimentos gordurosos, e tudo o que hoje constitui os chamados “pseudo-alimentos” ou junk food (falsos alimentos ou alimentos-refugo), intimamente implicados na deterioração da saúde do homem moderno.
Contra-indicam-se, particularmente, o fumo e as bebidas alcoólicas.
Deve-se adotar dieta de saúde e só isso já melhorará notavelmente as perspectivas do paciente.
Sugestão de programa dietético desintoxicante
As dietas terapêuticas naturais são empregadas em clínicas naturistas e por medicinas tradicionais. Adote alimentação saudável, mas não mude radicalmente sua alimentação sem orientação profissional.
Para desintoxicar o organismo, garantir o bom funcionamento do intestino e favorecer a melhora, os naturistas sugerem, por um mês, o seguinte programa, que deve ser ajustado a cada caso pelo profissional especializado:
Pelo menos um ou dois dias por semana: No desjejum, suco de maçã com mamão ou suco de melancia. Pode-se, em vez do suco, comer a fruta. Lanche: Se houver fome, ingerir fruta. No almoço, salada de cereais germinados (mais indicada a alfafa germinada) com grão-de-bico, vegetais crus, legumes cozidos ao vapor, abóbora cozida ou arroz integral, ou ainda purê de abóbora. Lanche: fruta ou água-de-coco, se houver fome. No jantar, frutas, como melão, uva, ameixa, maçã ou tangerina (não misturar).
Fora dos dias de dieta especial, adotar dieta normal saudável, observando-se apenas duas coisas:
1. Meia hora antes do desjejum, bebida alcalinizante ou água com meio limão. 2. Dia sim, dia não, em lugar do desjejum ou jantar, usar apenas uma qualidade de fruta, como mamão, uva, laranja, maçã, pêssego etc. Quando se usa apenas fruta no desjejum, pode ocorrer hipoglicemia no período da manhã. A fim de evitar que isso ocorra, comer mais alguma fruta (como maçã) entre o desjejum e o almoço, ou tomar suco de fruta ou água-de-coco.
Três ou quatro dias depois de iniciada a desintoxicação, sugere-se observar suplementação, para reforço nutricional.
Recomenda-se a cura de limão até dez unidades (é melhor com acompanhamento médico naturista, já que este procedimento pode provocar “crise curativa”). Diluir o suco de limão em água:
20º dia: interromper o uso de limão por uma semana, e depois voltar a tomá-lo, pelo menos cinco dias por semana, um ao dia, com água, entre as refeições.
Tomar os limões longe das refeições. Aconselhamos que se consulte um profissional de saúde especializado.
1º dia
1 limão
2º dia
2 limões
12º dia
8 limões
3º dia
3 limões
13º dia
7 limões
4º dia
4 limões
14º dia
6 limões
5º dia
5 limões
15º dia
5 limões
6º dia
6 limões
16º dia
4 limões
7º dia
7 limões
17º dia
3 limões
8º dia
8 limões
18º dia
2 limões
9º dia
9 limões
19º dia
1 limão
10º dia
10 limões
11º dia
9 limões
Plantas
Observar orientação profissional. A seguir, damos uma linha tradicional de orientação fitoterápica, que só poderá ser observada com permissão médica:
A fitoterapia tem por objetivo inicial “depurar o sangue”. Indica-se o cozimento de plantas como tanchagem, bardana, salsaparrilha, dente-de-leão, taiuiá, chapéu-de-couro, cinco-folhas e malva. Misturar duas ou três dessas plantas e de quatro em quatro dias mudar a associação de chás. Duas a três xícaras ao dia. Ferver duas colheres, das de sopa, em 600ml de água. Tomar ao longo do dia, aos goles. Depois de uns doze dias de emprego dessas plantas depurativas, substituí-las pelo composto de urtiga, angelicó (ou jarrinha, a raiz), salsaparrilha e alfavaca (cozimento), uma a duas xícaras ao dia, durante algumas semanas (a critério profissional): misturar as plantas em partes iguais e ferver em meio litro de água meia colher, das de sopa, dessa mistura. Depois de três semanas, falhar dois dias por semana, para tomar água com trinta gotas de água de melissa e um limão uma ou duas vezes ao dia.
É recomendável consultar um especialista, para que se defina a terapia de plantas.