
O mosquito transmissor
Muito semelhante ao mosquito comum (Culex fatigans), o mosquito transmissor da febre amarela, o Aedes aegypti, é “ornamentado” e ataca tanto durante o dia como à noite.
Oswaldo Cruz e a febre amarela
Na virada do século XIX, Oswaldo Cruz era diretor da Saúde Pública. Naquela época as doenças infecciosas e parasitárias eram o drama da Medicina. A febre amarela fazia inúmeras vítimas e atacava o Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz, ciente de que o mosquito era o vetor, treinou uma equipe de saneadores para combatê-lo. Os soldados da saúde percorriam quintais, jardins, praças e até subiam nos telhados para remover tudo que facilitasse o acúmulo de água. Os doentes eram imediatamente levados a um hospital de isolamento. A opinião pública não compreendeu bem essas providências, a ponto de insurgir-se judicialmente contra elas. A imprensa não poupava críticas aos “invasores de domicílio”. Mas Oswaldo Cruz venceu. Depois de alguns anos, conseguiu erradicar a doença da “Cidade Maravilhosa”.
Como se manifesta
Depois de picado, o paciente não sente nada por três a seis dias, que é o tempo de latência do vírus. Surge, então, forte dor nas costas (região lombar), que se espalha pelo abdome e pernas. Fica difícil andar. Vem dor de cabeça forte a ponto de enlouquecer. Ocorrem calafrios, fotofobia (sensibilidade à luz), língua seca e áspera, febre muito alta, sede, insônia, agitação. Há muita náusea e vômitos. Estes sintomas agudos, muito intensos, duram de dois a três dias, passados os quais o paciente tem “melhora” notável, em que se sente relativamente bem.
Vem então a segunda fase. O paciente tem sede intensa e dor forte no estômago, sinais que precedem o terrível vômito negro, ocasionado por hemorragia interna. Há hemorragias por todo o corpo. No útero, narinas e mesmo na pele podem surgir hemorragias. As fezes vêm misturadas com sangue escuro. Os rins param subitamente de funcionar. A urina é rara ou nula. O vírus se aloja, nessa etapa, num de seus órgãos prediletos, o fígado, onde provoca profunda degeneração. A pele fica amarela pelo derrame de bilirrubina no sangue (icterícia). Essa fase dura cerca de três dias. O paciente, é claro, fica profundamente fraco, e algumas vezes morre antes de uma semana, por causa de colapso cardíaco, convulsão ou coma, provocados por uremia, isto é, acúmulo de toxinas pela falência renal.
Quem tem sorte de superar a fase crítica consegue sobreviver. O vírus cessa seu ciclo, e a cura é espontânea. Cerca de 80% dos pacientes conseguem salvar-se. Os vômitos tornam-se menos freqüentes, a febre diminui, e a urina se vai normalizando aos poucos. O que mais demora para sumir é a cor amarela da pele, e que dá nome à doença.
Uma vez curado, o paciente não mais terá febre amarela.
Há outras possibilidades de manifestação. Em casos extremos a morte vem rápida, mesmo no primeiro dia. Na forma abortiva não chegam a ocorrer os sintomas mais graves, como hemorragia e uremia. Há também uma forma leve, com sintomas amenos e cura rápida.
A febre amarela é uma virose aguda, transmitida ao homem por um mosquito. Produz sintomas como: febre alta, icterícia, irregularidades nos batimentos cardíacos, proteinúria e tendência para hemorragias.