Filariose

Que é filariose?

Filariose é uma parasitose causada pelo Wuchereria bancrofti, um verme fino e comprido, que mede de 3 a 10cm. Seu local predileto são os vasos linfáticos, onde a grande concentração de vermes impede o retorno do líquido intercelular à circulação linfática. O resultado é uma inchação crônica, chamada edema, que pode atingir áreas do corpo como pernas, mamas, testículos, e se cronificar, produzindo uma doença deformante chamada elefan­tíase. Mais raramente atinge os braços e as cavidades do corpo.

Como se pega a filariose?

O transmissor é um mosquito, o Culex fatigans, que vive em locais quentes e úmidos, como a região Norte do Brasil (comum no Estado do Pará). O mosquito deposita na pele as larvas infectantes, que nela penetram ativamente. Da pele chegam aos vasos linfáticos e tornam-se adultos (filárias). As filárias, que são a forma ativa do verme (daí o nome filariose), liberam no sangue as microfilárias (isso acontece cerca de um ano depois da penetração ativa pela pele). O mosquito, ao picar o doente, ingere a microfilária, que no seu organismo, se transforma em larva infectante. Assim se fecha o ciclo.

Como se manifesta?

Há manifestações mais e menos graves da doença, que dependerão da sensibilidade do paciente e do número de vermes infectantes. A manifestação mais típica é o derrame do líquido linfático nos tecidos à sua volta (linforragia), determinando edema crônico, e, mais tarde, elefantíase. Mas há casos em que esse edema é brando, ocorrendo estase linfática, ou lentidão no fluxo da linfa. Ocorre, com o tempo, endurecimento dos vasos linfáticos, ou linfagiectasia, o que agrava progressivamente o quadro. Há casos em que o derrame de linfa ocorre em cavidades, como no abdome (linfocele) ou tórax (linfotórax), vias urinárias (linfúria) ou intestino (linforréia).

A presença dos vermes no sistema linfático provoca reação inflamatória, seja pela liberação de substâncias tóxicas de seu metabolismo, seja pela sua morte. O resultado é a inflamação dos vasos (linfangite) e linfadenite (inflamação dos gânglios linfáticos). É comum aparecer em reações alérgicas, como coceira e inchações menores pelo corpo todo.

A cronificação do processo leva à elefantíase ou filariose em estágio avançado, cujos sintomas são, em resumo:

1. Inflamação dos vasos linfáticos (linfangite).

2. Circulação linfática dificultosa (linfagiectasia).

3. Edema provocado por derrame de linfa (linforragia).

4. Endurecimento e hipertrofia da pele no local (esclerose e aumento da pele, que leva ao surgimento de progressivas dobras de pele no local, inchado e irritado).

5. Grande aumento de volume do órgão (pernas, escroto, vulva ou mamas).

Tratamento convencional

O tratamento convencional é feito com o Hetrazan ou dietilcarbamazine, que destrói as microfilárias. Devido ao risco de reações alérgicas e inflamatórias violentas, costumam-se associar anti-histamínicos e antibióticos. Casos mais adiantados requererão cirurgia plástica.

Prevenção

A prevenção é baseada em duas providências fundamentais:

1. Tratamento dos doentes, que são foco de multiplicação da doença (o mosquito retira do sangue do doente, por meio da picada, as microfilárias, que se convertem, no seu corpo, na larva infectante).

2. Combate ao mosquito. Isto se consegue evitando a formação de poças de água ao redor de casa. Pneus e latas velhos, vasos de plantas e irregularidades no terreno (buracos onde se acumula água) são convites aos mosquitos. Em regiões muito infestadas pode ser preciso usar, sob devida orientação, larvicidas e inseticidas.

Sugestões naturais

Lembrete: Estas indicações são tradicionais e não suprimem a orientação e o tratamento médico.

Sugestão de programa de desintoxicação*

O tratamento natural visa a um aumento global da resistência do organismo e à prevenção de complicações. Deve-se adotar dieta saudável.

Juntamente com boa alimentação, que proporciona boas condições de defesa ao corpo, sugere-se a cura de limão (ver adiante como fazer). Em infestações verminóticas graves o limão age como depurativo drástico.

Em certas situações, como doenças crônicas sobrepostas, poderá ser muito útil uma desintoxicação profunda, além da cura de limão e uso de chás depurativos. Mas, como em qualquer caso assim melindroso, deve-se conduzir cuidadosamente a desintoxicação, para que, por um lado, não se deixe de atingir a profundidade desejada, e por outro lado, não ocorra debilitação extrema.

Cada caso requererá uma avaliação em particular. Em linhas gerais, os natu­ro­patas sugerem o seguinte, para melhorar o desempenho funcional do corpo:

1. Se possível, começar com um dia de dieta líquida (sucos de frutas a cada três horas).

No dia seguinte, fazer semijejum de frutas (uva, maçã, pêra, laranja, melancia etc; uma variedade em cada refeição), que se comem a cada três horas. Meia hora antes do desjejum, bebida alcalinizante. Manter relativo repouso nesse dia.

Um dia por semana repetir a dieta de frutas, como orientado anteriormente.

Nas três ou quatro semanas subseqüentes, observar o seguinte cardápio:

Meia hora antes do desjejum, bebida alcalinizante. Caso não seja possível fazer essa bebida, tomar um pouco de suco de couve (bater as folhas num liquidificador e coar).

Desjejum — Suco de fruta (laranja, pêra, maçã, mamão etc.). Preferir suco preparado na centrífuga.

Lanche – Havendo fome, água-de-coco ou fruta.

Almoço — Saladas cruas com grão-de-bico (sugerimos salada de grãos germinados) e purê de abóbora (sem manteiga ou margarina), ou arroz integral bem cozido, sem óleo. Legumes cozidos (cenoura, vagem, brócolis, couve-flor, quiabo, beterraba etc.) e tofu.

Lanche – Havendo fome, água-de-coco ou fruta.

Obs.: Usar o mínimo de óleo e sal. É melhor usar um pouco de azeite extravirgem de oliva. Melhor ainda é usar o óleo bruto de gergelim, prensado a frio, ou outro óleo prensado a frio, com parcimônia.

Jantar — Escolher uma das seguintes frutas: melancia, abacaxi, laranja ou melão. Podem-se, para variar, usar frutas com coalhada ou oleaginosas picadas e um pouco de granola sem açúcar, esporadicamente, ou um caldo leve de legumes, sem óleo.

Repetir esta seqüência por um mês, pelo menos. O tratamento poderá exigir várias semanas de dieta, o que deverá ser definido por um profissional de saúde especializado em alimentação natural.

Pode-se, nos casos mais severos, adotar o programa-matriz de desintoxicação.

2. Recomenda-se a cura de limão de até dez ou mais unidades (é melhor com acompanhamento em clínica naturista, já que este procedimento pode provocar “crise curativa”):

Tomar os limões longe das refeições. Diluí-los em água. Aconselhamos que, especialmente nos casos mais melindrosos, se consulte um profissional de saúde.

3. Depois de algumas semanas de desintoxicação, incluir 3 ou 4g diários de geléia real pura, e de seis a nove comprimidos de lêvedo de cerveja de 500mg (dois ou três juntamente com as refeições) e equinácea (planta imunoestimulante, à venda em cápsulas, em boas casas de produtos naturais).

Plantas

Lembrete: Estas indicações são tradicionais e não suprimem o tratamento médico.

1º dia

1 limão

2º dia

2 limões

12º dia

8 limões

3º dia

3 limões

13º dia

7 limões

4º dia

4 limões

14º dia

6 limões

5º dia

5 limões

15º dia

5 limões

6º dia

6 limões

16º dia

4 limões

7º dia

7 limões

17º dia

3 limões

8º dia

8 limões

18º dia

2 limões

9º dia

9 limões

19º dia

1 limão

10º dia

10 limões

11º dia

9 limões

O objetivo da terapia com plantas é, principalmente, “depurar o sangue”. Indicam-se chás de tanchagem, bardana, salsaparrilha, cinco-folhas, dente-de-leão, chapéu-de-couro, hortelã e malva. Misturar duas ou três dessas plantas e de quatro em quatro dias mudar a associação de chás. Tomar duas ou três xícaras ao dia. A dose tradicional é uma colher, das de sopa, para 300ml de água. Ferver e filtrar. Tomar fresco ou morno, aos goles, longe das refeições.

Observação: acrescentar sempre própolis aos chás (umas dez gotas de própolis a 30% cada vez que se toma chá).

Consultar um especialista para definir a conduta fitoterápica exata.

Outras sugestões tradicionais

Para combater a inflamação local, aplicar cataplasmas de cenoura crua ralada. Sugere-se aplicar cataplasma da folha da cenoura macerada, muito bem lavada.

Aplicar compressas frias de argila branca no local. Renovar quando aquecer.

Aplicar no local, contra a inflamação, cataplasmas de suco de tanchagem. Renovar várias vezes ao dia.