
Como se forma a hérnia de disco?
Para diminuir o impacto dos movimentos impostos ao corpo, cuja pressão recai em grande parte sobre a coluna, a Natureza nos dotou de amortecedores, situados entre as vértebras: os discos vertebrais, constituídos por um anel externo de tecido fibroso compacto e uma parte central mais mole e almofadada, o núcleo polposo.
Esses discos amortecedores são, muitas vezes, forçados a assumir posições nada anatômicas, graças à nossa postura e aos movimentos inadequados. Por exemplo, quando, sentados, nos inclinamos para frente, as vértebras lombares formam um arco, assumindo a disposição torta do fole de uma sanfona. Os bordos anteriores se tocam pela frente, enquanto os da parte de trás se abrem. Que acontece com os discos? São esmagados na parte da frente e empurrados fortemente para trás. Sofrem, dessa maneira, violenta tração apenas numa de suas porções, o núcleo polposo. Se, por qualquer razão (como pela idade, ou por doença como reumatismo ou mal congênito), os discos perdem a resistência, o núcleo polposo, mais mole, poderá projetar-se entre as lâminas do anel fibroso, e extravasar-se pela parte posterior da coluna, formando a hérnia de disco.
Sintomas
Próximo ao ponto onde o disco se hernia, está a medula espinhal ou o canal dural (canal meníngeo). A partir da 12a vértebra dorsal, a medula termina, e o canal conduz as raízes espinhais até as porções ditais do sacro. A hérnia faz enorme pressão sobre estruturas nervosas vizinhas, provocando dor intensa, que não costuma ceder nem com repouso, nem com tratamento térmico. Algumas características podemos assinalar: a compressão dos nervos (ou compressão radicular) diminui os reflexos, reduz a força muscular e diminui a sensibilidade da pele na área relacionada à hérnia.
As hérnias localizam-se mais freqüentemente no 4o disco lombar, comprimindo a 5a raiz lombar. Surgem dores ao longo da coxa e da perna, até os dedos dos pés. Em alguns casos ocorre hérnia no último disco lombar (5o). São raras as hérnias em outros discos.
Os hábitos posturais do homem moderno são verdadeiro massacre à coluna. A vida sedentária, para completar o estrago, torna os músculos fracos e o corpo pesado (obesidade), ocasionando sobrecarga insuportável ao nosso pilar central de sustentação, a coluna vertebral.
Passamos horas a fio sentados, dirigindo, vendo TV ou trabalhando no escritório, e ainda em posição incorreta. Dormimos pouco e vivemos estressados. Sob efeito do estresse, os músculos “travam” a coluna. Tudo isso, somado e multiplicado, se responsabiliza pela malfadada síndrome da dor nas costas, hoje inevitavelmente comum. As pressões e as distorções que pesam indevidamente sobre o esqueleto humano geram múltiplos problemas, alguns extremamente dolorosos, como a hérnia de disco.
Hérnia pressionando o nervo
Medula
espinhal
Vértebra
Disco
Disco herniado
Nervos espinhais
Tratamento
Quando não há tratamento adequado, a raiz comprimida atrofia (radiculopatia), prejudicando toda a área servida pelo respectivo nervo (atrofias musculares e perda de sensibilidade). A cirurgia é delicada, e só deve ser aplicada com muita ponderação da razão risco/benefício.
O tratamento é geralmente fisioterápico: massagens, movimentos de tração e uso de analgésicos. Em seguida, prescrevem-se ginásticas especiais, para aumentar a flexibilidade da musculatura vertebral.
Pacientes obesos devem obrigatoriamente emagrecer.
Os tratamentos naturais são muito úteis, pois ajudam a manter o meio interno constante e a resistência em alta, o que evita inflamações e processos dolorosos secundários. Deve-se adotar dieta saudável, alcalinizante. Segundo naturistas, boa praxe é adotar regime semicrudista. Particularmente idosos e obesos colherão enorme benefício desse regime:
Desjejum: frutas picadas com oleaginosas, um pouco de flocos de cereais e iogurte natural.
Almoço: saladas cruas de folhosos, cenoura ralada, brotos etc. Vegetais cozidos ao vapor, tofu ou ovo biológico cozido, amêndoas ou nozes. Pode-se usar arroz integral cozido ou outros cereais, como milho verde, e um pouco de grão-de-bico. Sempre antes do almoço, convém tomar suco de cenoura com salsão.
Jantar: salada de frutas. Esporadicamente, pode-se tomar coalhada com frutas e um pouco de granola sem açúcar. Outra opção é um caldo leve de legumes.
Lanches: Água-de-coco ou, se houver fome, ingerir frutas.
O emprego de cloreto de magnésio, na dosagem indicada por um profissional, ajuda, na opinião dos naturistas, a remover produtos de degradação do metabolismo que eventualmente contribuam para “entravar os músculos”.
Indicam-se tradicionalmente chás depurativos e anti-reumáticos, como tanchagem, salsaparrilha, taiuiá, chapéu-de-couro, mil-folhas, dente-de-leão, alfafa, cinco-folhas, garra-do-diabo. Podem-se misturar duas ou três plantas, e tomar de duas a três xícaras ao dia, por uma semana. Na semana seguinte, usa-se água com limão e um pouco de própolis. Na terceira semana, volta-se aos chás (escolher outras plantas). Na quarta semana, novamente água com limão (programa alternado). Esse tratamento vem produzindo bons resultados em casos de “coluna travada”, “dor nas costas”, “rigidez”, “reumatismo” e mesmo hérnia de disco.
O ácido graxo insaturado ômega 3 apresenta efeito antiinflamatório. Ingerir 3g diários de óleo de linhaça, disponível em cápsulas. Tomar às refeições.
Diariamente, toma-se um banho de tronco em água quente. Duração: dez minutos. Ver capítulo 12.
Para aliviar dores locais, pode-se aplicar compressa de argila por uma ou duas horas.