Hipertensão Arterial

Que é hipertensão arterial?

É a elevação anormal da pressão nas artérias, ou “pressão alta”. Sabe-se que a elevação constante da pressão é um fator de perigo para as doenças do coração e dos vasos. O sangue que se arrasta com força exagerada pelos vasos provoca, aos poucos, lesões em sua sensível parede, e favorece o acúmulo de substâncias gordurosas e coágulos, com inevitável destruição das artérias e veias, processo a que chamamos aterosclerose.

A hipertensão arterial pode ser sintoma de outra doença, tratando-se, então, como veremos adiante, de hipertensão arterial secundária.

Há pessoas especialmente propensas à hipertensão, como a raça negra, que parece exibir certa tendência genética. Mais importante que a causa genética, porém, é o estilo de vida. Má alimentação, uso exagerado de sal, café, açúcar e gorduras, estresse, vida sedentária, cigarro, pílula anticoncepcional e obesidade são fatores que propiciam o surgimento da pressão alta, ou a agravam. Certos distúrbios renais e hormonais também levam a essa doença.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 15% da população adulta é hipertensa. Isto quer dizer que há cerca de 12 milhões de brasileiros com algum grau de pressão alta!

Sinais e complicações

Alguns dos principais sinais da hipertensão são: dor na nuca, que surge mais freqüentemente de manhã, quando o paciente acorda, e que desaparece ao longo do dia; tontura, palpitações, cansaço fácil, dificuldade respiratória, sensação de desmaio e insônia. Outros sinais, que devem alertar para complicações, são: sangramento nasal, hematúria (sangue na urina) e borramento na visão devido a lesão retiniana.

As complicações da hipertensão não tratada podem ser graves. Incluem complicações ateroscleróticas e lesões em diferentes órgãos, como cardiomegalia (aumento do coração), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), retinopatia (doença de retina), acidente vascular encefálico (derrame cerebral) e insuficiência renal.

Recomendamos medir regularmente a pressão, mesmo que não haja quaisquer sinais de anormalidade. A pressão normal gira em torno de 120 por 80 mmHg (12 por 8). Há, entretanto, pessoas que normalmente apresentam pressão mais baixa, como 110 por 70 mmHg (11 por 7). Valores como 130 por 90 podem não representar problema para pessoas de mais idade, porém indicar pressão alta para pacientes jovens. O médico deve interpretar o significado das variações individuais.

Hipertensão arterial primária

Na grande maioria dos casos (alguns estimam em 90%), a hipertensão está presente, mas não é possível, segundo os experts, determinar por quê. É chamada hipertensão primária, essencial ou idiopática. Os estudiosos do naturismo apontam, entretanto, com muita ênfase, o estilo de vida como o grande responsável pela elevação anormal da pressão. Responsabilizam primeiro os abusos alimentares, como excesso de gordura, sal, café, calorias etc. Fumo, álcool, pílula e drogas dão sua contribuição mórbida. A obesidade, intimamente ligada à nutrição, é fator agravante. O estresse emocional e a tensão dos grandes centros tanto podem desencadear, como contribuir para o agravamento. Desde que se evitem os fatores de risco do estilo de vida, a hereditariedade assumirá, segundo os naturopatas, importância, em muitos casos, desprezível. Obviamente, pessoas hereditária ou racialmente propensas terão maior facilidade de desenvolver pressão alta se não se cuidarem.

Hipertensão secundária

Na maioria das vezes, a hipertensão secundária deve-se a problemas na função renal e/ou hormonal. A hipertensão renal é causada por distúrbio na filtragem renal de sódio e fluidos, com conseqüente aumento do volume do plasma. Pode também ser provocada por alterações na liberação de substâncias vasoativas pelos rins (substâncias que agem sobre os vasos), resultando em aumento do tônus dos vasos.

Distúrbios como síndrome de Cushing, feocromocitoma, acromegalia e hipercalcemia do hiperparatireoidismo podem levar à pressão alta.

Outros procedimentos

Cataplasma abdominal de argila e, fora da fase aguda, banhos de vapor com eucalipto, devidamente orientados por um médico.

São também indicados o banho de assento em água fria, e caminhar em água fria por alguns minutos. Emagrecer (se houver obesidade) e combater o estresse, o nervosismo e a ansiedade são providências vitais. A terapia respiratória e as caminhadas ajudam a revitalizar o organismo.

Respirar fundo e compassadamente faz a pressão diminuir rapidamente.

Clorela (alga marinha), em dose indicada pelo fabricante.

Terapia respiratória

Considerando a grande importância do livre aporte de oxigênio às células, a terapia respiratória, tão simples como negligenciada, ajuda a aumentar a vitalidade do organismo, sendo útil no tratamento (e na prevenção) da hipertensão arterial.

Está ao seu alcance reaprender o modo fisiológico de respirar. Veja como fazer a terapia respiratória:

Sente-se, algumas vezes por dia, numa cadeira confortável. Com as costas eretas, respire profunda e compassadamente. Respiração correta ou diafragmática requer a expansão do abdome, como vimos. Você sente algo como um balão inflável dentro da barriga. Esvazie a mente de preocupações.

Caminhe descansadamente por uma rua tranqüila e arborizada, ou, de preferência, num bosque, respirando corretamente.

“Pressão alta? Já aprendi a conviver com ela.” Para muitos médicos, trata-se de mal incurável, porém controlável. Os naturopatas não têm dúvida de que a pressão alta é um dos muitos tributos que o homem moderno paga à sua maneira insalubre de viver. Afirmam que é possível, em muitos casos, até curar. Veja como.

Hipertensão arterial

Alimentação

Latarias e outras conservas, embutidos, queijos, produtos defumados ou em salmoura devem ser cortados. Todo cuidado é pouco com biscoitos, farinhas, laticínios, azeitonas salgadas, produtos de panificação e outros produtos industrializados, que contêm muito sal. Até doces e conservas doces são contra-indicados. O sal, se o caso for grave, deve ser cortado. Em casos controlados, deve-se usar bem pouco sal. A dieta normal deve constar de frutas, hortaliças e outros alimentos naturais. Nada de frituras, lanches ligeiros, refrigerantes, gorduras etc.

Dieta terapêutica natural

Os naturistas sugerem uma desintoxicação, que, em linhas gerais, pode orientar-se pelo seguinte programa:

Durante dez dias, pode-se observar cardápio como o seguinte:

Desjejum e/ou jantar: só pêra (a pêra é a melhor fruta para a pressão alta). Se não houver pêra, pode-se usar melancia (que, diurética, também é indicada contra a pressão alta; mas não deve ser misturada com outro alimento), mamão, melão ou uva. Não misturar as frutas.

Almoço: Salada crua, contendo alho e cereais germinados (lavar bem), arroz integral cozido com cenoura, abóbora, vagem cozida (e/ou outros vegetais), chuchu. Um pouco de lentilha. Tofu. Se o colesterol não estiver alto, ovo cozido biológico.

Nos demais dias, substituir uma refeição (desjejum) por pêra ou melancia, exclusivamente, e o jantar por frutas, coalhada magra, sementes de girassol e algumas amêndoas. Atenção: Use o mínimo de sal. Em muitos casos, as pessoas usam sal em excesso, imaginando usá-lo na dose certa! Em casos graves, o sal provavelmente terá de ser abolido.

Gestantes, nutrizes, crianças, pessoas debilitadas e doentes agudos devem observar orientação específica. No caso da hipertensão arterial, sempre que se recomenda uma só fruta numa refeição, convém usar pêra. Nos intervalos das refeições, é bom usar água com limão (sem açúcar).

Lanches: Se houver fome, frutas ou água-de-coco.

Plantas

Não mude radicalmente sua alimentação sem orientação profissional individualizada. Adote dieta saudável.

Observar orientação e manter acompanhamento médico.

Abutua, bardana, broto de embaúba, cavalinha, sete-sangrias — Pode-se misturar sete-sangrias com cavalinha, ou broto de embaúba com cavalinha, e tomar o decocto várias vezes ao dia (duas xícaras diárias). Preferindo-se, tomar sete-sangrias com bardana: ferver em 300ml de água uma colher, das de sopa, das plantas picadas. Tomar ao longo do dia, longe das refeições.

Alecrim — Usado contra as dores de cabeça de origem nervosa, é também útil na pressão alta. Tomar o infuso das folhas e das flores, uma ou duas xícaras ao dia. Derramar 300ml de água fervente sobre uma colher, das de sopa, da erva. A propósito, numa publicação de 1550 (antiga como a colonização das Américas!), o Lytel Herball, lemos o seguinte a respeito do alecrim: “Coloque as flores num pano de linho, fervendo-as em água limpa. Deixe esfriar e beba, pois ela é excelente contra todos os males do organismo.”

Azevinho — Na opinião do Dr. Leo Manfred, é um dos melhores fitoterápicos contra a pressão alta. Usar 5g de folhas e ramos (mais ou menos uma colher, das de sopa) em meio litro de água, por infusão (derramar água fervente sobre a planta). Tomar duas xícaras por dia.

Crataegus — Ajuda a controlar a pressão alta relacionada a problemas emocionais (hoje muito comum), mas não é indicada na hipertensão renal, pois diminui o fluxo plasmático nos rins. A dose tradicional é de 120 a 360mg por dia.

Valeriana — A hipertensão relacionada à tensão nervosa responde bem ao chá de valeriana, que pode ser combinado com camomila e cavalinha. A valeriana é capaz de exercer poderoso efeito relaxante sobre o sistema nervoso parassimpático. Pode-se tomar o infuso, só uma xícara ao dia. Tomar vários goles ao longo do dia. A dosagem é a seguinte: uma xícara de água fervente sobre meia colher, das de chá, da raiz de valeriana pulverizada. Para a camomila, uma colher, das de chá, e para a cavalinha, uma colher. Alguns pacientes não se sentem bem com o chá de valeriana, que lhes ocasiona taquicardia e agitação. Observar, em todos os casos, orientação profissional.

Certas plantas podem neutralizar o efeito dos medicamentos receitados contra a hipertensão, como os beta-bloqueadores e os diuréticos; entre elas, o alcaçuz. Por isso, conversar com seu médico antes de adotar qualquer tratamento.

Sugestões naturais de hortaliças e frutas

Alho — Recomenda-se a água de alho (macerar três dentes de alho em 300ml de água e deixar em repouso por algumas horas; tomar de duas a três xícaras diárias). Cápsulas de óleo de alho são também indicadas.

Chuchu — Incluir liberalmente chuchu na alimentação. Chá dos brotos do chuchuzeiro também é indicado (de duas a três xícaras diárias; uma colher, das de sopa, dos brotos para 250ml de água: derramar água fervente sobre os brotos).

Maracujá — Especialmente indicado nos casos de pressão alta associada à tensão nervosa. Tomar refresco natural de maracujá, adoçado com um pouco de mel. Um ou dois copos ao dia, ou o chá das folhas do maracujá, de duas a três xícaras diárias. Uma colher das de sopa da planta para 300ml de água. Derramar água fervente sobre as folhas.

Pepino — Ótimo regularizador da pressão arterial. Tomar suco de pepino: bater no liquidificador e coar. Um copo por vez. Pode-se substituir uma refeição por esse suco, ou tomar no intervalo.

As plantas aqui citadas são empregadas por clínicas naturistas ou medicinas tradicionais, e as doses são também tradicionais. Lembrete: não suprimir a orientação médica.

Você sabia?

Maracujá-açu (Passiflora quadrangularis)

É indicado para combater alcoolismo, asma, coqueluche, insônia e tosse.

Modo de usar: Derramar água fervente sobre 2 colheres, das de sopa, das folhas picadas. Tomar de 2 a 3 xícaras de chá ao dia. No caso de erisipela, tomar internamente, e aplicar no local compressas frias com o chá concentrado.