
Que é sífilis?
Sífilis é uma doença contagiosa, provocada por bactéria, o Treponema pallidum, transmitida principalmente através do ato sexual. Acredita-se que haja outros meios de transmissão, como o beijo e o contato de secreções do doente com feridas de um não-doente. Quando a mãe é sifilítica, pode transmitir a doença ao filho na gravidez (sífilis congênita). Há também possibilidade de a doença ser transmitida pelo aleitamento, quando a ama-de-leite (ou a criança) está contaminada. Entre as conseqüências para a criança estão a morte antes do nascimento e, se vier a nascer, retardo mental, imbecilidade, lesões ósseas, cegueira, surdez, lesões de pele, queda de cabelo, alterações nas unhas e diferentes distúrbios neurológicos.
Como se manifesta?
Há três fases básicas. As manifestações podem variar de pessoa para pessoa. Em linhas gerais:
Uma semana depois do contágio, as bactérias já se espalharam pelo organismo. Mas o primeiro sintoma costuma surgir cerca de três semanas depois, e é característico: perto do local da infecção (no homem, na glande do pênis, e na mulher, nas imediações da vulva), aparece uma elevação vermelho-escura, achatada e ulcerada, mais ou menos do tamanho de um botão de camisa. É o chamado sinfiloma primário, ou cancro duro, pois a base da feridinha é dura. Na mulher, é possível que essa manifestação aconteça dentro do útero, sendo, portanto, só perceptível ao exame ginecológico. Os gânglios linfáticos locais aumentam (íngua da virilha). Essa é a primeira fase, que dura várias semanas (pode durar meses). O cancro duro desaparece, muitas vezes, sem deixar sinal. O paciente engana-se ao considerar-se “curado”.
Algumas semanas depois, começa a segunda fase, caracterizada por lesões espalhadas pelo corpo. São manchas rosadas, as roséolas, erupções ovais ou circulares que às vezes se salientam, formando pápulas. Aglomeram-se no tronco e na junção deste com os membros. No fim dessa fase, as lesões tendem a concentrar-se nas áreas genitais e em volta da boca. Têm, às vezes, a forma de placas com úlceras na superfície. A gravidade dessas manifestações varia muito de pessoa para pessoa. Dentro de algumas semanas, mais uma vez as lesões regridem, deixando a impressão de que o problema está resolvido.
A última fase pode levar anos para se manifestar. Há casos em que esse período intermediário de latência chega a trinta ou quarenta anos! As lesões voltam como nódulos subcutâneos, que inicialmente são duros e depois amolecem e “vêem a furo” para segregar uma substância amarela, viscosa, semelhante à goma. Essas lesões destroem os tecidos subjacentes e até os ossos, ocasionando deformações permanentes. Além dos sintomas cutâneos, ocorrem ataques ao sistema nervoso e ao coração. Instala-se insuficiência de válvula por dilatação da aorta, ou um aneurisma da aorta. Em alguns casos, há morte por acidente vascular aórtico. Quando o treponema atinge o sistema nervoso central, pode produzir paralisia progressiva, déficits de memória, delírios, depressão, tabes dorsal, dificuldade de locomoção, perda de controle dos atos de urinar e evacuar, dores abdominais intensas.
Como vimos, a doença pode ficar na forma latente, não sintomática, por muitos anos. Na maioria das vezes, é nessa situação que ocorrem danos fetais transmitidos por uma mãe portadora da doença, mas que não tem consciência disso. Daí a importância de incluir, no pré-natal, exames para detectar a eventual presença do Treponema.
Abordagem natural da sífilis
A abordagem natural não deve substituir o tratamento médico convencional.
Como ficou claro, a sífilis tem três etapas distintas, que se separam por lapsos de tempo muito variáveis. A intensidade do mal dependerá principalmente do grau de resistência do organismo de cada pessoa. Os sintomas de pele, lesões a princípio localizadas e depois generalizadas, pioram de fase para fase. Nos casos mais graves, há lesões neurológicas e/ou circulatórias importantes.
Mas há casos em que o organismo reage com eficácia contra as bactérias, assegurando a remissão natural ou cura biológica. Os naturopatas concentram seus esforços exatamente aqui, na cura natural, no aumento da resistência imunitária. Estudos do começo do século XX mostraram que só 35% dos doentes chegavam às manifestações graves da terceira etapa. A maioria se curou espontaneamente. O organismo ganhou por si mesmo a batalha contra a doença.
Mas para saber se a doença está mesmo curada ou se ela se desenvolve secretamente, só com exames especiais, que recomendamos em todos os casos.
A remissão natural exigirá estilo de vida saudável, que necessariamente abole a promiscuidade sexual. Pureza moral, alimentação correta, desintoxicação, uso de imunoestimulantes e terapias específicas, exercícios moderados, banhos etc., são os recursos naturais contra a sífilis.
Em todos os casos, observar orientação médica.
Tratamento convencional
O primeiro tratamento da sífilis baseava-se no emprego de arsênico, e posteriormente de bismuto, que, embora tóxicos para a bactéria causadora da sífilis, traziam efeitos colaterais terríveis para o doente. Quem não morria da doença, corria o risco de “morrer da cura”.
Com o advento da penicilina, a sífilis recuou animadoramente, e por algum tempo os cientistas cantavam vitória. Décadas depois, porém, a ameaça ressurgiu. Os estudiosos do assunto acreditam que o afrouxamento da campanha de educação anti-sífilis somado à promiscuidade sexual e ao surgimento de cepas de bactérias resistentes aos antibióticos abrem caminho para novos surtos da doença, a par de outras doenças sexualmente transmissíveis (conhecidas pela sigla DST).
Tratamentos suplementares
Para melhorar o desempenho imunitário, acrescentar, depois de algumas semanas, suplementos alimentares, como lêvedo de cerveja, clorela, geléia real pura e unha-de-gato. Sugere-se escolher dois desses imunoestimulantes, usá-los por um ou dois meses, e passar para outro. No rótulo, há instruções sobre uso tradicional. O alho, na forma de comprimido, presta bom auxílio como depurativo e imunoativador. Usar o dobro da dose regular.
Os naturopatas sugerem também também a cura de limão, de um a vinte, e de vinte a um, salvo contra-indicações. No primeiro dia, um limão, no segundo, dois, no terceiro, três, e assim sucessivamente. Quando chegar a vinte limões, ir diminuindo até um. Diluir os limões em água, e não tomar todos de uma vez. Fracionar ao longo do dia, entre as refeições.
Sugere-se usar, diariamente, de vinte a quarenta gotas de própolis, acrescentadas aos chás ou à água.
Banhos, helioterapia e geoterapia no tratamento da sífilis
Um banho vital diário, uma aplicação de argila diária, com duração de duas horas, e banhos de sol regulares, no início da manhã e no fim da tarde, são indicados como auxiliares na elevação dos níveis de resistência imunitária. Prescrevem-se também exercícios respiratórios, sauna com permissão médica e caminhadas regulares.
Há um século, a sífilis, incurável pelos métodos da época, era como uma condenação à tortura. O sifilítico era marginalizado pela sociedade. Como a doença atacava principalmente quem mantivesse relações sexuais com prostitutas, o doente recebia a indelével marca de imoral. Os filhos de pais doentes eram uma “prole degenerada”, pois recebiam pelo sangue a “herança maldita”. Nas fases mais adiantadas, as chagas na pele e a queda de cabelo conferiam aspecto repugnante ao infeliz portador da moléstia, que terminava seus dias em completo abandono. O doente, é claro, procurava ocultar a doença até as últimas conseqüências, o que favorecia sua disseminação.
Sugestões naturais contra a sífilis
Sugestões naturais jamais devem suprimir o tratamento médico convencional.
Primeiramente, os naturopatas empregam a dieta. Recomenda-se, na fase aguda, regime semicrudista que segue os seguintes padrões:
Desjejum: Coalhada de leite de cabra ou só frutas.
Lanche: Água-de-coco ou fruta.
Almoço: Suco de cenoura com broto de alfafa. Saladas de grãos germinados, raízes, folhosos, amêndoas ou nozes. Arroz integral bem cozido e vegetais cozidos (brócolis, vagem, couve-de-bruxelas etc.). Aos poucos, ir introduzindo ovos de codorna bem cozidos.
Lanche: Água de coco ou fruta.
Jantar: Repetir o desjejum ou o almoço, variando os componentes para evitar monotonia.
Mastigar completamente os alimentos. Jantar cedo.
Esse regime poderá durar dias ou semanas, conforme indicação profissional em cada caso. Intercalá-lo, então, com o regime de saúde. Ao longo de meses e semanas (já que essa é uma doença de evolução lenta), adotar períodos de desintoxicação com a dieta semicrudista. Por exemplo, uma semana por mês, ou de dois a três dias por semana, fazer a dieta semicrudista.
Plantas
A fitoterapia não suprime a avaliação médica.
Cainca (Chiococca brachiata) — Planta extremamente tóxica. Usa-se o decocto ou cozimento da raiz (uma colher, das de chá, para meio litro de água), uma xícara por dia, por tempo limitado (não tomar sem consultar um especialista).
Carnaúba — Chá da raiz, uma colher, das de sopa, da raiz moída para meio litro de água, de uma a duas xícaras por dia. Ferver e filtrar. É excelente depurativo do sangue.
Douradinha-verdadeira-dos-campos — Chá das folhas, por infusão: derramar meio litro de água fervente sobre uma colher, das de sopa, das folhas picadas; de uma a duas xícaras ao dia.
Equinácea — Excelente imunoestimulante. À venda em boas casas de produtos naturais. No rótulo há instruções sobre uso tradicional.
Erva-de-bugre (ou erva-de-lagarto) — Folhas e raízes, fervura, 1 colher, das de sopa, da planta para meio litro de água, de uma a duas xícaras ao dia.
Guaco — Folhas, meia colher, das de sopa, da planta picada para meio litro de água. Uma xícara ao dia, aos goles. Ferver e filtrar. Tomar por tempo limitado, conforme orientação profissional.
Manacá — Raiz: 1 colher, das de café, da raiz moída para 300ml de água. Ferver e filtrar. Uma xícara ao dia, aos goles. Não tomar por muito tempo, pois encerra propriedades tóxicas. Consultar um especialista.
Pau-d’arco — Parte interna da casca em decocção (chá forte), em gargarejos, para tratar úlceras de origem sifilítica na garganta.
Pau-ferro — Casca: uma colher, das de sopa, da raiz moída para meio litro de água. Ferver e filtrar. De uma a duas xícaras diárias.
Sassafrás — Raiz: uma colher, das de sopa, da raiz moída para meio litro de água. Ferver e filtrar. De uma a duas xícaras diárias.
Taiuiá — Raiz: meia colher, das de sopa, da raiz moída para meio litro de água. Ferver e filtrar. Uma xícara ao dia, aos goles.
Tejuco — Bulbo da raiz: uma colher, das de sopa, do bulbo moído para meio litro de água, de uma a duas xícaras ao dia. O tejuco é usado na Medicina tradicional contra todas as doenças venéreas, com bons resultados.
Velame-do-campo (ou velame-do-mato) — Tomar banhos com o cozimento dessa erva, no caso de erupções. Aplicar, nas feridas, cataplasmas com as folhas bem limpas, maceradas. Usar, ao mesmo tempo, internamente. Chá das folhas e da raiz, meia colher, das de sopa, da planta picada para meio litro de água. Ferver e filtrar. De uma a duas xícaras diárias.