
Que é tuberculose? Como se pega?
É uma doença contagiosa e infecciosa, de caráter crônico, provocada pelo bacilo que acabamos de mencionar. Este atinge primariamente os pulmões, mas pode disseminar-se pelo corpo e lesar a maioria dos órgãos.
Doentes com tuberculose ativa (doença em franco desenvolvimento) espalham pelo ar, ao tossir, gotículas de saliva que contêm bactérias. Quem estiver por perto poderá contrair a doença, desde que sua resistência esteja baixa. Este é, aliás, o ponto mais frisado pelos naturopatas: o terreno é tudo. Se o organismo está forte, dificilmente contrairá infecção. Não obstante, por medida de cautela, é bom evitar o contato com doentes de tuberculose ativa.
Há consenso entre os médicos, naturistas ou não, de que condições precárias de higiene, má alimentação, ambiente insalubre e poluído, grandes aglomerações humanas e quaisquer outros fatores que diminuam a resistência do organismo predispõem à tuberculose.
No passado, a tuberculose foi causa importante de morbidade e mortalidade. Graças à evolução das terapias antimicrobianas, obteve-se relativo controle da doença por décadas. Hoje, porém, acontece uma reviravolta que preocupa os médicos. As bactérias voltam a atacar com vigor renovado, por terem, em alguns casos, adquirido resistência aos antibióticos. A discussão inicialmente levantada pelos ecologistas da saúde reassume, então, importância máxima nesse contexto, pois a manutenção das defesas do corpo em condições ideais, através de estilo de vida sadio, é a grande busca da Medicina ecológica. Isso quer dizer que, se você cuida da sua saúde alimentando-se corretamente (isso inclui a abstinência de muitos alimentos modernos prejudiciais à nutrição), praticando exercícios físicos regulares (orientados), conservando a serenidade mental e mantendo o organismo tanto quanto possível livre de toxinas, dificilmente contrairá doença como a tuberculose.
Quais os sintomas da tuberculose pulmonar?
As manifestações da tuberculose pulmonar costumam exibir gravidade digna de nota: febre, rápida perda de peso, muita fraqueza, tosse, suores noturnos, perturbações digestivas, dor no peito e nas costas, escarro sanguinolento, definhamento.
Popularmente, imagina-se que a tuberculose é uma doença que prefere os magros, ou que estaria de algum modo relacionada à magreza. Não obstante, há casos de tuberculosos entre gordos! Outrossim, nem todos esses sintomas se manifestam ao mesmo tempo. Em alguns casos, não há escarro de sangue.
No começo, o doente apresenta um quadro típico: sente-se cada vez mais cansado, perde o apetite, emagrece rapidamente, tem febre baixa, que costuma aparecer ou aumentar à tarde, e tosse seca. Quase todas as doenças infecciosas do pulmão exibem esses mesmos sintomas. Mas na tuberculose eles teimam em ficar.
Por que o nome tuberculose? Os glóbulos brancos capturam as bactérias e, numa tentativa de proteger o organismo, as envolvem numa malha de células, formando uma rede fibrosa que logo se calcifica. Essas cápsulas calcificadas, de cor acinzentada, são chamadas tubérculos, e têm o tamanho aproximado de um grão de milho. Numa primeira etapa, enquanto os tubérculos estão em formação, não há evidência clara de que o problema é tuberculose, sendo comum confundirem-se os sintomas com os de outras doenças.
Os tubérculos constituem uma reação natural do corpo, em que nosso sistema de defesa tenta aprisionar as bactérias agressoras. O perigo reside no fato de as bactérias “fugirem” de sua prisão e se multiplicarem a ponto de as defesas perderem o controle da situação. Isso explica por que a tuberculose, não raro, exibe uma fase de latência, em que a doença parece “curada”, para depois se agudizar, voltando a exibir sintomas fortes e graves, levando o paciente a um deplorável estado de prostração e definhamento. Por isso, se prescreve tratamento a longo prazo, com acompanhamento médico permanente. O tratamento para total restabelecimento dura cerca de um ano.
As bactérias fogem à sua cápsula de cálcio em virtude de fatores como queda de resistência, descalcificação e debilidade do paciente. Podem, às vezes, formar verdadeiras “cavernas” pulmonares, quando, na fase ativa, atacam os tecidos funcionais do pulmão e os destroem. Formam-se bolsões de pus no pulmão, que, ao saírem através do catarro (que se apresenta sanguinolento), deixam cavidades de tamanho variável. Isso representa um quadro grave, às vezes fatal, pois traz sério comprometimento à função respiratória, e não raro se complica.
Como se descobre a tuberculose?
O médico desconfia de tuberculose ao constatar a presença de sintomas como os já citados, e quando eles demoram para ceder. Através de cultura de escarro, será possível descobrir a presença de bacilos de Koch. A tomografia auxiliará na descoberta de tubérculos ou cavernas. O exame tradicional da reação à tuberculina (descoberto por Robert Koch) mostra pelo menos a existência de lesões primárias. É importante descobrir a tuberculose no começo, para impedir que se espalhe pelo corpo e assuma proporções mais graves.
Outros tipos de tuberculose
A bactéria que ataca o pulmão pode produzir tuberculose em outros órgãos. Como isso acontece? O mais numeroso destacamento dos glóbulos brancos (sistema de defesa do corpo), os neutrófilos, é responsável pela captura e destruição das bactérias. Ocorre, porém, que alguns neutrófilos contendo bactérias em seu interior, ao regressarem à corrente sangüínea, deixam-nas escapar para outros locais do organismo, como ossos (tuberculose óssea), fígado, meninges, rins etc.
Mas há casos em que o bacilo da tuberculose penetra por via digestiva, pegando “carona” em alimentos contaminados. Entram também através da pele, em pequenos ferimentos.
Há dois séculos, a tuberculose era a “peste branca”, doença temida, incurável, mortífera. Significava para o doente sua sentença de morte. Era conhecida por outros nomes, como tísica, magra e consumpção, estes últimos devido ao definhamento que provoca. Os médicos a consideravam, equivocadamente, como doença degenerativa, crônica e hereditária. Mas em 1882, o bacteriologista alemão Robert Koch identificou o agente causador da tuberculose: uma bactéria que desde então vem sendo conhecida como bacilo de Koch, ou Mycobacterium tuberculosis. Essa descoberta valeu-lhe a celebridade e o respeito da comunidade científica.
Hoje, como o monstro que ressurge de seu sono, a tuberculose volta a atacar com vigor renovado: novas estirpes bacterianas resistentes a antibióticos desafiam a Medicina.
Tratamento
1. Tratamento médico — O tratamento deve obrigatoriamente ser acompanhado de perto por um médico especialista. Requer o uso de vários medicamentos, sob rigoroso controle.
2. Alimentação — Ao mesmo tempo, convém que o paciente adote alimentação sadia, que inclui abundância de sucos naturais e vegetais frescos. Frequentemente, deve fazer refeições exclusivas de frutas, como laranja, abacaxi ou uva. Também se recomendam refeições exclusivas de coalhada (o leite precisa ser fervido). Incluir broto de alfafa liberalmente no cardápio. Quando não há apetite, é conveniente administrar sucos de vegetais, como cenoura com salsão, e sucos de frutas, como o de laranja, a cada três horas. Ao sentir vontade de comer, o paciente não deve se exceder na quantidade, mas mastigar bem e começar pelos alimentos crus, que precisam ser rigorosamente higienizados. Adotar alimentação natural.
3. Repouso x atividades leves — O doente não deve desperdiçar energia. Mas não deve se confinar ao leito, se já venceu a fase aguda. São benéficos os banhos de sol de manhã, a prática de exercícios respiratórios leves e as caminhadas curtas, não extenuantes, em terreno plano. Essas atividades devem ser intercaladas com períodos de repouso. O repouso é necessário na fase aguda, quando há febre e sintomas respiratórios fortes. O tratamento de doenças pulmonares será mais bem-sucedido em estâncias climáticas, onde o ar é puro.
4. Plantas — Algumas plantas, como agrião, limão, verônica e eucalipto, são indicadas pelos manuais de fitoterapia. Toma-se o suco de agrião, na dose de 100ml diários (divididos em duas vezes). Ou come-se agrião em saladas. Para favorecer a expectoração, usa-se o chá de verônica (toda a planta cozida, uma colher, das de sopa, em 300ml de água), duas ou três xícaras ao dia. Misturar em cada xícara o sumo de um limão, trinta gotas de própolis e uma colher, das de chá, de mel puro (preferir mel de eucalipto). Inalações com vapor de eucalipto são indicadas para favorecer a expectoração. As sugestões naturais não substituem o tratamento convencional e o acompanhamento médico.
5. O sumo (ou nódoa) da bananeira — De longa data, tradicionalmente usado contra a tuberculose pulmonar. Obter um copo pequeno desse líquido, filtrá-lo e tomar, aos goles, essa quantidade todos os dias. Para combater a tosse, indicam-se vários remédios naturais em tosse. Ver em expectorantes outros recursos.
6. Suplementos nutricionais — À medida que o paciente entra na convalescença, sugere-se acrescentar aos poucos à dieta suplementos nutricionais, com vistas ao fortalecimento das defesas: geléia real pura (começar com 1g diário, e ir aumentando 1g cada quinze dias, até 4g diários). Lêvedo de cerveja: tomar dois ou três comprimidos diários, e ir aumentando a dose até uns doze ou quinze comprimidos de 500mg. Clorela (de seis a nove comprimidos diários de 250mg; ingerir bastante água). Duas cápsulas diárias de 1.000mg de óleo de germe de trigo (uma no desjejum, outra no almoço). Ovo de codorna cozido: de dois a cinco ao dia (ir introduzindo aos poucos, na medida da melhora ou da aceitação do paciente). A adequação da dose a cada pessoa deve ser feita por um profissional experiente.